segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Sobre acharmos que temos o controle da vida

Há um ano, um grupo de 16 pessoas saiu de São Paulo por volta das 23h em direção ao município de Mafra, no interior de Santa Catarina, para uma cerimônia de casamento. A previsão de chegada era para o sábado no meio da manhã. Por volta das 7h, dia claro, o micro-ônibus seguia pela rodovia na região de São José dos Pinhais, grande Curitiba. O acidente aconteceu muito rápido. O micro-ônibus capotou, virando de ponta cabeça, depois girou três vezes e foi parar no mato ao lado da estrada, no sentido contrário. Enquanto girava, cinco pessoas foram arremessadas para fora. Ao parar de girar, o micro-ônibus estava de pé.

Das 16 pessoas a bordo do ônibus... todas saíram vivas! Milagre? Sim, creio que foi milagre. Profissionais da perícia ficaram estupefatos com o caso, não compreendiam como as pessoas puderam se salvar. A compreensão humana muitas vezes é restrita para entender os desígnios de Deus.

E, neste último domingo, um ano após o acidente, essas pessoas estavam na Igreja que frequento e subiram ao altar para, de mãos dadas, entoar um louvor de gratidão a Deus. Cada um que estava na platéia foi tocado de alguma forma. Eu olhava para a frente e via homens, mulheres e jovens enxugando as lágrimas de emoção.

O que dizer acerca do controle que temos na vida mediante um acontecimento desses? São em momentos assim que sentimos uma força poderosa agindo.

O filme "Cidade dos Anjos" mostra essa questão sobre uma força maior de uma forma muito clara. A cardiologista interpretada pela atriz Meg Ryan se questiona duramente por não ter tido sucesso em uma cirurgia em que o paciente morre. Ela repassa mentalmente o procedimento por vezes consecutivas, ciente de que fez tudo certo e, como poderia acontecer de o paciente morrer com o coração, literalmente, em suas mãos? Essa é uma angústia conhecida. Estou certa de que cada um tem uma história, compartilhada com outros ou guardada dentro de si, que ilustra a angústia da falta de controle absoluto mediante uma situação que se mostrou oposta àquilo que se esperava.

Acordei no meio da madrugada pensando naquelas 16 pessoas. A luz apagada trouxe uma leve vertigem que logo foi substituída por um sentimento de gratidão por ter tido a oportunidade de celebrar a vida com eles!


segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Quando você achar que encontrou uma grande verdade sobre o outro

Quando você achar que encontrou uma grande verdade sobre o outro, será um momento de triunfo. Um momento em que você descobriu algo que o outro não tem consciência. Normalmente é aquela característica que está latente na personalidade, que se desconhece ou não se tem controle. Normalmente é aquela característica que nos tira do sério ou pode nos magoar. Lembrar que o outro não tem consciência disso e não quer te tirar do sério, tampouco te magoar, faz grande diferença (acho!). Afinal, o amor - e não me refiro a amor romântico, me refiro a todos os tipos - quando existe, prevalece e transforma a relação para melhor.

Chega o momento de dizer a verdade, aquilo que te incomoda. No entanto, este momento também trará algo para você. Porque achar que você encontrou a verdade do outro, traz uma verdade sobre você mesmo... que você desconhecia, que você não tinha controle. E esta é a parte que você não sabia! Esta é a parte que você se magoa profundamente... com algo que você mesmo criou.


quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A paciência feminina numa garotinha com seu pai

Caminhando apressada na avenida Paulista, o que é um pleonasmo para a cidade de SP, avistei uma garotinha e seu pai ao longe. Ele estava tentando ajeitar uma bolsa, modelo tiracolo, para a pequena carregar. A bolsa era um pouco maior do que o que seria apropriado para ela. De qualquer maneira, ela sabia o modo como carregar a bolsa e o pai, obviamente, não. Ao final, ele se abaixou e ajeitou a alça em torno do pescoço dela. Imagina! Carregar uma bolsa tiracolo ao redor do pescoço. Ri internamente da cena.

Mas o que me tocou foi que a garotinha não reclamou, não disse que não era daquele jeito estabanado, não jogou a bolsa longe, não respondeu nada. Sorriu, deu a mão para ele e continuou andando ao seu lado - com a bolsa no pescoço! Vi naquele gesto tão inocente da garotinha, a eterna (enquanto dure!) paciência feminina.

sábado, 23 de outubro de 2010

Vamos ser empreendedores?

Agora que estou vislumbrando um futuro profissional construído por mim mesma, vejo o quanto as pessoas ao redor também nutrem um sonho empreendedor dentro de si. Conversando com duas amigas, uma contou o desejo de abrir uma mecânica para mulheres - o que seria uma excelente ideia - e uma outra amiga confessou desejar ter um programete de rádio sobre o tema o qual ela exerce. Estou certa de que, se eu perscrutar com outros amigos irei descobrir que cada um tem seu sonho empreendedor.

Com uma estabilidade de consumo de cerca de 6 anos, os brasileiros estão ousando mais neste terreno. O último relatório do GEM- General Entrepreneurship Monitor (GEM), do ano de 2008, aponta que 12% dos brasileiros são empreendedores, ou seja, de cada 100 habitantes, doze tem negócio próprio. A média tem se mantido nos últimos 5 anos (12%, 13%, 12%, 11%, 13% respectivamente). Entre os países do G-20, o Brasil está em 3o colocado como país mais empreendedor, atrás da Argentina e México, dados também de 2008 do mesmo relatório.

Além da estabilidade econômica, pessoalmente identifiquei um outro fator que tem pesado muito nesta nova ideia: a longevidade da vida profissional. A expectativa de vida vem aumentando cada vez mais. Com frequência vemos notícias acerca da preocupação com a previdência. Sendo assim, como prolongar nossa atividade profissional? A autonomia profissional tem sido uma resposta constante.

Empreender tem a ver com arriscar-se. Um livro intitulado "Axiomas de Zurique" (leiam!) traz revelações surpreendentes sobre o universo de investimento em ações, que faz analogias interessantes para o tema de "risco". Arriscar-se é ter coragem de jogar para ganhar. Claro que temos arriscar aquilo que não faria falta se perdêssemos, diz uma das regras do livro, o que é muito prudente. Mas ter foco no risco e persistir é o que faz a diferença entre ganhar e perder.

Pegar trânsito todo dia, decidir jogar tudo pra cima e partir para uma nova empreitada profissional, marcar reuniões e encontros sabendo que pode ser cancelado, tudo isso é um risco. E assim, de risco em risco vamos vivendo. Eu, querendo correr cada vez mais riscos para poder começar a ganhar cada vez mais, em todos os sentidos.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Na essência, somos mais semelhantes que diferentes


Assim captei um dos conceitos que o neuromarketing utiliza: em uma análise mais profunda, temos mais semelhanças uns com os outros do que diferenças. Superficialmente somos extremamente diferentes, mas à medida que vamos aprofundando as análises, encontramos pontos em comum, é a nossa humanidade essencial. Esse e outros conceitos ouvi em uma palestra hoje.

Hoje também visitei o professor Dilson Gabriel. Este mestre encantador mantém, literalmente, a política de portas abertas que gostamos de citar em Comunicação. Entre os diversos tópicos que delineamos, o professor narrou sentimentos que todos os profissionais manifestam quando despidos de sua roupagem de executivo diário. Em situações a sós, no silêncio de uma noite, ao olhar para o espelho, ao reconhecer numa leitura algo de muito significado para nós... o que encontramos quando exercemos este olhar interno? Encontramos limitações, justificativas para não tomarmos atitudes que nos libertem de nossa vida medíocre ou encontramos uma auto-determinação capaz de nos levar ao ilimitado? "Nós ditamos o que é possível e o que é impossível para nós mesmos", resumiu o professor que tem em sua história de vida a marca de muitos impossíveis concretizados.

O versículo 22, do capítulo 6 do livro de Mateus, diz: A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz. Ora, então podemos nos ver como seres ilimitados em nossa capacidade de realização! Assim é. Assim sabemos que é. Mas, para muitos, ainda é difícil tirar o manto que cobre esta verdade.

Este manto me está sendo retirado. Se temos mais semelhanças que diferenças, você também pode retirar esse manto e ver a verdade que habita sua essência, a verdade de realizar o impossível em sua vida!

domingo, 17 de outubro de 2010

Minha mãe e as rosas vermelhas

Na noite da véspera de seu aniversário, comprei uma dúzia de rosas vermelhas. Cheguei em casa e arrumei as rosas num belo vaso de vidro transparente. Preparei também a mesa do café da manhã com algumas guloseimas junto às flores. Minha mãe, claro, adorou a singela surpresa.

No entanto, mais surpresa fiquei eu, duas noites depois. Cheguei em casa tarde da noite e vi que ela havia tirado duas, entre as doze rosas vermelhas, e colocado no meu pequeno vaso solitário na sala. Este vaso solitário sempre tem um cravo vermelho que eu compro. Minha mãe viu que estava na hora de jogar o cravo fora e abriu mão de duas lindas rosas para enfeitar meu pequeno vaso.

Fiquei tocada com esta expressão de amor e de abdicação. Ela disse "eu te amo, filha", mas sem palavras.

Padaria Requinte - qualidade nos produtos e no atendimento

Há cerca de dois meses estou morando no bairro da Penha, na zona leste. Antes, morava no Tatuapé, onde existem vários endereços gastronômicos já consolidados e muitos outros que estão sendo lançados. Desvendando os endereços do novo bairro, a padaria Requinte, que é denominada de "centro gastronômico", é considerada o principal point para uma comida rápida. Já tínhamos experimentado o pão de provolone. Como se fosse um pequeno pão francês, mais macio e crocante por cima, onde fica salpicado o provolone. Uma delícia! Uma recente noite fria de sábado, atípica para o mês de outubro, decidimos não pedir pizza, queríamos experimentar as sopas da Requinte.

Ao chegar na padaria, pareceu que o bairro todo teve a mesma ideia. Aliás, em São Paulo, é assim, por mais inusitada que achamos ser nossa ideia, centenas de pessoas tem o mesmo insight. Encaramos a fila, que até andou rápido e, finalmente, sentamos. O cardápio de bebidas traz uma variedade interessante de sucos. Pedi o de framboesa, deliciosamente rico no sabor. Fiz todos experimentarem e a sensação de satisfação foi a mesma!

Finalmente fomos às sopas. Legumes, caldo verde, abóbora e creme de queijo. Claro que a noite fria pedia a de queijo! A primeira surpresa foi a grande quantidade de pedaços de queijo. A segunda surpresa foi a variedade de queijos. A terceira, e melhor surpresa, foi o sabor. A qualidade e variedade nos deixou muito satisfeitos: fizemos a escolha certa!

A Padaria Requinte tem cerca de 100 anos de tradição, num empreendimento passado de pai para filho. Em conversa com amigos, descobri que alguns deles a conheciam mesmo morando em outras regiões da cidade. São experiências positivas como esta que fazem de nós consumidores, felizes e respeitados! Um viva à Requinte! Venha à Penha: www.requinte.com.br


sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Uma garota que chorava na avenida Paulista

Ontem à noite, retornando de um workshop, caminhava na avenida Paulista. O clima estava agradável, o céu estava limpo, mas sem lua, sem estrelas. Por alguns momentos senti a alegria de poder caminhar nesta avenida que adoro, onde vejo pessoas de todas as tribos. Adoro essa diversidade que a avenida Paulista apresenta. Uma garota com o celular na mão e lágrimas escorrendo em seu rosto passou por mim. Senti um impulso de ir perguntar o que acontecera, se eu podia ajudar. Mas assim que ela passou, esse ímpeto foi abafado. Senti-me desencorajada de tentar levar algum conforto. Já no metrô, senti que deveria tê-lo feito, afinal já passei por esta situação e teria gostado se uma pessoa estranha viesse falar comigo. Depois desta reflexão, quem sabe, da próxima me encorajo a levar uma palavra!