Das 16 pessoas a bordo do ônibus... todas saíram vivas! Milagre? Sim, creio que foi milagre. Profissionais da perícia ficaram estupefatos com o caso, não compreendiam como as pessoas puderam se salvar. A compreensão humana muitas vezes é restrita para entender os desígnios de Deus.
E, neste último domingo, um ano após o acidente, essas pessoas estavam na Igreja que frequento e subiram ao altar para, de mãos dadas, entoar um louvor de gratidão a Deus. Cada um que estava na platéia foi tocado de alguma forma. Eu olhava para a frente e via homens, mulheres e jovens enxugando as lágrimas de emoção.
O que dizer acerca do controle que temos na vida mediante um acontecimento desses? São em momentos assim que sentimos uma força poderosa agindo.
O filme "Cidade dos Anjos" mostra essa questão sobre uma força maior de uma forma muito clara. A cardiologista interpretada pela atriz Meg Ryan se questiona duramente por não ter tido sucesso em uma cirurgia em que o paciente morre. Ela repassa mentalmente o procedimento por vezes consecutivas, ciente de que fez tudo certo e, como poderia acontecer de o paciente morrer com o coração, literalmente, em suas mãos? Essa é uma angústia conhecida. Estou certa de que cada um tem uma história, compartilhada com outros ou guardada dentro de si, que ilustra a angústia da falta de controle absoluto mediante uma situação que se mostrou oposta àquilo que se esperava.
Acordei no meio da madrugada pensando naquelas 16 pessoas. A luz apagada trouxe uma leve vertigem que logo foi substituída por um sentimento de gratidão por ter tido a oportunidade de celebrar a vida com eles!
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