http://www.youtube.com/watch?v=3XXC68FybGg&feature=related
(Para ouvir enquanto lê. Vai valer a pena.)
O modo como os filmes me tocam dizem muito sobre mim. O modo como a magia do cinema encanta, diz muito a respeito do que é o ser humano, da grandiosidade que existe em nossa mente.
O filme "A invenção de Hugo Cabret", com 11 indicações ao Oscar 2012, vai te tocar de alguma forma. É como um labirinto de sonhos. Se você passar incólume por uma cena que seja mais clichê, uma outra cena ou fala vai te tocar. Você não terá escapatória, por isso, renda-se ao deleite que é sentar-se naquela poltrona e esquecer-se momentaneamente da vida.
Como sou mais dada a clichês, portanto mais disposta a ser feliz, foram diversos os momentos do filme que me emocionaram. Aqui gostaria de compartilhar um em especial. O garoto Hugo leva a garota Isabelle até o alto de um relógio com vista para o torre Eiffel. É noite, como é a maior parte do filme, e a visão da cidade é nostálgica. Em tom de confissão e com o olhar fixo na cidade lá embaixo, ele conta que ao trabalhar no conserto de máquinas com o pai ele descobriu que todas as máquinas que funcionavam tinham a quantidade de peças exata para fazer a tal máquina funcionar, nem a mais, nem a menos. Quando ele subiu pela primeira vez naquele local e olhou a cidade imaginou que o mundo era uma grande máquina. Tudo que aí contivesse era feito na medida exata para que o mundo funcionasse. E assim todas as pessoas também tinham sua função de ser. Ninguém é uma peça solta, ninguém está sobrando. Todos se encaixam na grande configuração desta máquina maior.